Era um lindo mangueiral, em meados de 1983, na Cidade de Piracicaba, no Bairro da Vila Fátima, vizin da Vila Indústrial, a rua num me alembro, mas o mangueiral, jamais me esqueci. Eramos todos adolescentes, vistosos, saúdaveis, cursando o ginásio, assim era chamado naquela época. Eu estudava no período da manhã na Escola SESI, e quando chegava da escola, almoça e ia cuidar dos afazeres, lavar louça do almoço, arrumar os quartos e o que tivesse a mais, minha mãe sempre foi exigente, eramos uma família de 4 filhos, eu com treze e meu irmão com quinze anos.
Assim que terminava os afazeres, não continha minha ansiedade e lá ia eu, meu irmãos e nossos amigos para o nosso mangueiral, que delicia! Na época das Mangas verdes, eu já levava um bocadinho de sal e ali eu salivava aciosa, até o momento de degustar daquela fruta, fresquinha, colhida do pé direto para minhas mãos. Como era gostoso!
Ali era o nosso mundo, sentados na sombra acolhedora da velha mangueira, onde o único som ouvido era o de diversos pássaros que também se deliciavam das frutas. Um vento gostoso tocava nosso rosto, as mãos escorridas pelo sumo das Mangas, e as confidências de amigos deixados debaixo da mangueira. Nossa, viajei no tempo, quantas coisas confidenciavamos, os sonhos, os desejos, as paqueras, o descobrir do amor, quem tinha um amor? Naquele tempo nosso amor era diferente, quando pensávamos em um amor, já vinha casamento, noiva, véu, grinalda, lar, filhos, e sonhos...
Se aquela mangueira falasse, estaríamos de castigo todos os dias, porque nossos pais eram rígidos, então deixávamos ali debaixo daquele Pé de Manga, os nosso segredos.
E quando chegávamos no nosso Mangueiral, porque era nosso em nosso mundo, e era maravilhoso, ver aquelas mangas esparramadas pelo chão também eram devoradas pelos pássaros, galinhas e outros. E quando não, era nossa bola na brincadeira de queimada, para ver quem conseguia sair mais "limpo" do jogo, que delicia de alembrar. Nós num tinha Computador, Ds, Nintendo, Dvd, MP5 ou qualquer outro brinquedo eletrônico, mas tínhamos, nosso volley, nossa queimada, nossa amarelinha, nosso esconde-esconde, nosso corre-cotia-na-casa-da-tia, pula corda, pega-pega, pião, bonecas, carrinhos, vai-e-vem, bambolê, passa-anel, bolinha-de-gude, saquinhos-de-arroz, batata-quente, empinar pipa, estilingue, beijo-abraço-aperto-de-mão ou passeio, roda-roda e escravos de jó, esse era maravilhoso, cantávamos, que delicia! Ah! Já ia me esquecendo dos nossos banhos de chuva que tomávamos, e rolávamos na água que corria pela terra daquele mangueiral, e as surras que levávamos quando chegávamos em casa todos enlameados, sujos! Hahaha, era baum dimais. Que sardadi desse tempo baum, meu filho não viveu o que eu vivi e meus netos, poderão pelo menos, ouvir de sua vozinha, os melhores tempos vividos debaixo de um mangueira! E que sardade boa qui mi deu hoje!!!
*obs: Foto extraída da net! Se for de sua responsabilidade, me deixe um comentário que eu postarei os créditos!
Maravilhoso texto minha poetisa! viajei na história,pena que eu não tive brinquedos ,meus brinquedos era cuidar dos irmãos e trabalhar na lavoura, nem estudar dava.
ResponderExcluirBjs
Mas mesmo assim, temos nossas lembranças né Eliana, sempre vamos ter algo para recordar!!! bjus de paz minha preciosa!!!
ExcluirLindo , eu não tinha esse mangueiral maravilhoso mas brinquei de pega pega, queimada,bambole ,amarelinha,pula corda e outras brincadeiras maravilhosas, que saudade. Beijos, fique com Deus.....
ResponderExcluirFátima Câmara 17-07- 2013 Guarujá